Maverick V8
Na década de 70 não havia internet, o trânsito era menos congestionado e a molecada sonhava em ter um V8 na garagem para pisar fundo aos finais de semana. Para a maioria isso se resumia a um sonho distante, já que esses esportivos custavam milhões de cruzeiros.
Em 1973 a Ford apresentou sua “arma”: o Maverick GT. Carroceria fastback, faixas pretas cortando a carroceria e rodas de aço de 14 polegadas. O interior trazia o volante fino e o pequeno conta-giros entre os instrumentos. Debaixo do capô um motor V8, de 5 litros e 199 cv.
Mas no caso desse exemplar da matéria a história é outra. Ele respira originalidade no estilo, mas recebeu um veneno clássico que elevou sua potência para aproximadamente 260 cv. O sistema de escapamento, por sua vez, foi todo customizado, para ronronar com fúria em cada esticada.
Vamos aos detalhes “maldosos”. O carburador de corpo duplo deu lugar a um de corpo quádruplo da Holley, comando de válvulas da Crane e coletor de admissão Edelbrock. Tudo isso forma uma bela sinfonia, que chega às ruas através da saída 8x2.
Fechando o pacote a transmissão de quatro marchas deu lugar a uma Tremec T5, de cinco velocidades, com engates precisos. Desse modo, basta pisar fundo, sentir o corpo colar no banco e, claro, deixar duas longas listras pretas no asfalto. Como um legítimo muscle car.
Impressões ao volante
Guiar um V8 é algo especial. Se for clássico, sem toda a parafernália eletrônica de hoje, a magia fica ainda maior. Nada contra a tecnologia, pelo contrário. Mas modelos como o Maverick GT carregam muito mais do que cavalaria debaixo do capô. Eles são ícones históricos.
A primeira impressão é o ronco borbulhante emitido pelo escapamento. A cada pisada a carroceria balança e aumenta os batimentos cardíacos. Basta engatar a primeira e acelerar para entender o porquê eles são especiais.
Como foi dito, o carro da matéria recebeu uma nova transmissão, com cinco marchas, o que melhorou o rendimento do V8 e seus 260 cv brutos. O volante de aro fino é típico do esportivo e nos remete a filmes clássicos como Bullitt.
Os testes realizados na época mostraram números realmente estimulantes para um público que podia pagar – caro – por isso. Mas o laranja-mandarim da reportagem anda mais e freia melhor, com sistema de discos nas quatro rodas. Por isso fechamos o vídeo da melhor maneira possível: com duas faixas pretas no asfalto.
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